segunda-feira, 4 de março de 2019

Desistir de Viver

Ele ou ela desistiu de viver. A frase parece forte, e de fato é. Mas você já parou para pensar o quão triste é alguém que desiste da própria vida? O suicídio é muito mais comum do que se pensa. Mas ele não chega na vida de uma pessoa de uma hora para outra. Aos poucos, em doses "homeopáticas" essa vontade de deixar de viver vai aumentando.

Imagem: pixabay.com
Em países onde o inverno é rigoroso, onde se passa muitas semanas com pouca luz do sol, o número de depressão e suicídios tem crescido ano após ano. Mas a culpa não é só do clima. Uma somatória de outros fatores fazem com que alguém deixe de viver.

E quando se mora num país como o Brasil, com uma natureza exuberante, com sol o ano todo e uma temperatura sempre positiva. O que faz com que pessoas que morem nos chamados paraísos tropicais percam essa vontade de continuar vivendo? Só para se ter ideia, o suicídio é a quarta maior causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos.

Talvez nem Freud explicaria o tamanho da dor do sofrimento de cada um. Afinal, só você sabe o tamanho da cruz que carrega. É muito fácil você dar palpite na vida de alguém. Aos olhos de muita gente, essa falta de vontade da vida é visto como uma frescura, um fricote, uma manha. Que tudo não passa de ter força de vontade. Mas saiba que a dor é tamanha, que essa vontade não vem, não aparece.

E você só se dá conta do quanto a depressão é forte, quando alguém perto de você (familiar ou amigo) deixa de viver, e comete o suicídio. Depressão é uma dor que fuzila o pensamento, que distorce a visão de mundo e torna tudo muito sem graça, meio nebuloso. É uma dor que te tira os prazeres mais simples, como o prazer de se deleitar com um prato de comida. Tudo perde o sabor, a cor, perde a vida.

Espero que a humanidade olhe mais para o seu semelhante do que para a tela do celular. Que se preocupe mais em cuidar do que dar likes, que compartilhe mais afeto e menos futilidades nas redes sociais. Claro que a tecnologia é boa, mas se usada de forma incorreta pode ser um dos vilões do mundo moderno. Afinal, quantas pessoas você conhece que tem uma vida "incrível" no Instagram ou no Facebook, mas quando você olha com mais atenção vê que não é tudo aquilo? Por que aparentar ser o que não é, se quando você chega na sua casa a realidade te recebe com um tapa na cara?

Sejamos mais humanos, mais compreensivos, e que tenhamos a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, para tentar entendermos as dores e ajudarmos a quem precisa. Porque depois que seu familiar ou amigo desistir de viver, não adianta chorar por não ter feito diferente.

Texto: Fabrício Santana

Nenhum comentário:

Postar um comentário