segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

É Tempo de Reciclar

Fim do ano chegando e junto com ele, o desejo de que o próximo ano seja mais legal, divertido, produtivo.

Realmente 2020 foi um ano atípico para muita gente. Uma pandemia fez com que o mundo todo colocasse o pé no freio. Foi preciso rever alguns conceitos, algumas atitudes, algumas formas de viver a vida.

Algumas pessoas veem as mudanças como algo positivo. Outras veem como algo doloroso, e outras ainda não aceitam quando a mudança bate à porta.

Nesta época do ano as pessoas costumam ficar mais emotivas e começam a fazer planos para o próximo ano. Somos acostumados a começar e encerrar ciclos. Dividimos o tempo em horas, dias, semanas, meses, anos, séculos, eras. Essa necessidade de dividir o tempo faz com que consigamos nos organizar, e principalmente, encerrar ou começar algo que precisamos, queremos ou simplesmente que chegam até nós.

É preciso rever algumas atitudes. Mas é preciso fazer isso com objetividade. Temos a tendência em não querer enxergar as coisas com clareza. Normalmente adaptamos tudo à nossa realidade, do jeito que queremos. Encontramos explicações para tudo, ou quase tudo.

Ficar ruminando atitudes, que poderiam ter sido diferentes, mas não foram, não vai fazer você “andar para frente”. Ficar falando sobre o que lhe incomoda, ou se ressentindo, pouco ou nada muda. Procure tomar atitudes práticas. Se você continuar fazendo tudo do mesmo jeito, daqui a um ano as coisas que você evitou acontecerão novamente.

Muita coisa pode não fazer mais sentido para você. Talvez seja o momento de findar alguns destes ciclos, se desapegar de bens materiais que você não usa e até mesmo de pessoas. Sim, de pessoas.

Muita gente surge na nossa vida, ocupa um espaço enorme, e depois que a “missão” foi cumprida, ela vai perdendo espaço até que precisamos “liberá-la” para seguir o fluxo da vida. Quando digo desapegar de alguém, digo sobre pessoas no campo amoroso, familiar, amigos, e até mesmo com colegas de trabalho.

Dê uma geral na sua vida. Faça essa faxina que é tão necessária. Aquilo que não tem mais utilidade para você pode ser muito útil para outra pessoa. Sabe aquela roupa que você nunca mais usou? Que tal doá-la? O que para você não serve mais, pode ter imensa utilidade para outra pessoa! É tempo de reciclar!


Texto: Fabrício Santana

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Se livre de tudo e todos que roubam a tua paz

 Fim de ano chegando, e muita gente começa a pensar nas promessas que fará para o ano novo. Tem quem jura que vai arrumar um grande amor, ou trocar de emprego. Tem quem fale em emagrecer, cuidar mais da saúde, fazer uma cirurgia plástica. Tem também aquelas pessoas que prometem ter mais paciência, ou até mesmo há quem diga que vai viajar mais.


Estes são apenas alguns exemplos do que a gente costuma ouvir nesta época do ano. Mas por que esperar chegar um novo ano para tomar uma atitude, e quem sabe, mudar sua vida, e talvez de outras pessoas ,para melhor?

Com o amadurecimento, a gente percebe que aquilo que era muito importante vai perdendo espaço. Outras coisas que não dávamos importância, se tornam mais essenciais. Tem quem fique menos materialista, tem que fique mais espiritualista. Há quem realmente se transforma, mas a maioria apenas entra na onda de desejar novas coisas para um novo ano, e continua fazendo tudo da mesma forma, esperando um milagre acontecer.

Agora deixa te contar um segredo. Milagres podem acontecer sim, mas se você não fizer nada, nadinha para ajudar, o milagre não sai do planejamento. Para ter uma nova vida, é necessário ter atitude. Chega um tempo em que a gente percebe que isso é fundamental e só então a transformação começa. Nunca é tarde para melhorar, nunca é tarde para se transformar.

A gente precisa aprender a olhar o que sempre olhou, porém de um ângulo diferente. Quando mudamos a forma de olhar, passamos a enxergar outras possibilidades, que sempre estiveram ali, mas nunca foram observadas por nós.

Crescer e evoluir é um processo, muitas vezes doloroso. Sair da zona de conforto é algo que incomoda bastante. Fazer o diferente assusta, dá medo, contudo é necessário. tem uma frase do Einsten que diz mais ou menos assim: "insanidade é esperar resultados diferentes fazendo sempre a mesma coisa".

Imagine uma lagarta que vai se transformar em borboleta. Primeiro ela se enrola todo num casulo, apertado, sem muito espaço, para depois um tempo sair ainda mais bela e forte, e com capacidade de voar, de dentro dele.

Saiba que muita gente vai te criticar por você querer evoluir. Muita gente vai falar "por que fazer diferente se sempre fez de tal forma"?

Vamos ficando calejados com as dores que enfrentamos na vida, e devido a isso vamos lidando melhor com elas. Aprendemos a dar o real valor a cada uma dessas dores.

Comentários maldosos e picuinhas não merecem nossa atenção. Elas são como ervas daninhas no caminho. Existem, mas se não ligamos, vamos deixando-as para trás.

Sendo assim, ouça mais, observe mais, e se desfaça de tudo e todos que te roubam, de alguma forma, sua paz.

Texto: Fabrício Santana

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Ou você se adapta ou será carta fora do jogo

Vi uma frase nesta semana que diz: "Tudo na vida é relativo. Um fio de cabelo na cabeça é pouco. Na sopa, é muito". 

E se você parar para pensar é bem isso mesmo. Quantas vezes você se deparou com algo que para você não era nada, mas para outra pessoa era muito? A situação pode ser ao contrário também: aquilo que não é nada para o outro pode ser um problemão para você.

A vida não é uma ciência exata como matemática. Nem tudo é sempre do mesmo jeito e tem o mesmo resultado. Tudo vai depender do histórico de vida que se tem, das experiências que já viveu, dos locais por onde já passou, das pessoas com as quais já se encontrou.

Como a frase do início deste texto diz, um fio de cabelo pode ser muito ou pouco, vai depender da situação. Uma gota de água pode não ser nada para um elefante, mas pode ser um tsunami para uma formiga. Chegar ao outro lado de um grande rio ou lago pode ser um problema para o ser humano, mas é fácil para um pássaro que pode voar.

Nossos problemas são apenas nossos. Eles fazem parte da nossa realidade. Julgar o problema alheio é como querer que um elefante se afogue numa gota d´água. Não vai resolver e ainda corremos o risco de sairmos de vilão da história.

Estender a mão para ajudar pode até ser legal. Invadir a vida alheia para resolver do seu jeito não é legal. Estar pronto, com a mão estendida quando alguém pedir socorro é legal, tirar alguém à força da situação em que se encontra não é legal.

A realidade de cada um é única. Portanto, antes de julgar tente resolver todas as suas questões. Você verá que a vida é uma constante mudança e que somos obrigados a dançar conforme a música. 

Aquela história de que o tempo cura tudo é uma forma lúdica de dizer que a gente vai se adaptando à realidade a medida que ela vai se transformando. Foi por essa capacidade de adaptação ao novo que saímos da era das cavernas e chegamos à era da tecnologia.

Evoluir é inevitável. Sou você se adapta ou é carta fora do jogo.

Texto: Fabrício Santana

terça-feira, 10 de novembro de 2020

O que você aprendeu com o sofrimento?

O teólogo, professor, escritor e mentor Luciano Stein postou na rede social dele que "Existem fórmulas da vida que só se revelam no sofrimento. O sábio busca aprender ela com aqueles que já passaram, assim consegue evitar muitos problemas. Mas, mesmo que esteja vivendo um momento que não estava preparado para evitá-lo, a busca da Sabedoria é muito mais gratificante do que a vitimização,  terceirização ou insolvência diante do problema. Jó nos ensina como ser sábio e aprender a aplicar fórmulas que nos capacitam a manter a fé e fundamentar-se naquilo que sabemos ser o certo".

Pegando esta fala de Luciano como pontapé inicial da nossa conversa, você já parou para pensar o que aprendeu em um momento de sofrimento? Quais as lições que você tirou naquela hora em que o mundo parecia desabar?

Sabe quando você se encontra sem saída e parece que uma situação já não tem mais jeito de ser resolvida? Pois é, isso é mais comum do que você imagina e acontece com quase todas as pessoas pelo menos uma vez na vida.

Mesmo quando deixamos algo ou alguém para lá, desistimos, largamos, não nos interessamos mais, mesmo quando fazemos isso estamos tomando uma decisão. Às vezes quando falamos que não tem mais jeito e decidimos abandonar o barco, isso é uma decisão.

Lá na frente, quando a tormenta passou e olhamos parar trás podemos até pensar "nossa, mas era tão óbvio resolver aquela situação. Como não vi isto?"

Acontece que vamos amadurecendo com o passar do tempo. O meu eu de hoje é completamente diferente do meu eu de dez, vinte, trinta anos atrás, e será diferente do meu eu daqui dez, vinte, trinta, cinquenta anos. 

Mesmo que a gente não perceba vamos nos modificando. Algumas pessoas para pior, outras para melhor, mas o fato é que jamais ficamos iguais por toda uma vida. Mudamos nossas opiniões, nossa forma de pensar, de agir.

Se você já está na casa dos 30 anos, pense em como você agia na adolescência. Provavelmente você era muito mais impulsivo(a) do que hoje. E quando chegar à terceira idade com certeza será diferente do que é hoje.

quando perdemos alguém ou temos que modificar uma situação contra nossa vontade, nossa capacidade de aceitação nem sempre é espontânea. Levamos tempo para assimilar uma mudança, ainda mais se acontecer de forma brusca.

Mas com a experiência que vamos ganhando ao longo da vida percebemos que em toda e qualquer situação tiramos algum ensinamento. Seja ficar mais paciente, seja olhar para o próximo com mais amor, mais empatia. A gente sempre aprender algo nas situações adversas.

Pense num barco em meio a tempestade. Na pior das hipóteses você terá aprendido a se equilibrar enquanto tudo balança e talvez até a nadar ou flutuar se cair na água. 

Assim é a vida. Mesmo que de vez em quando ela nos balance fortemente de um lado para o outro, a gente aprende a se equilibrar e seguir em frente.

Mudar pode até ser dolorido e assustador, mas é algo que não podemos ignorar. E na maioria das vezes saímos mais fortalecidos do "furacão". E você, o que aprendeu com o sofrimento?

Texto: Fabrício Santana


terça-feira, 3 de novembro de 2020

Coragem é a materialização da fé

Em uma entrevista na semana passada ao programa Mulheres da TV Gazeta, Luciano Stein que é escritor, teólogo e professor,  disse que "a ausência de coragem torna a pessoa refém de uma realidade que não gosta" e que a "coragem é a materialização da fé".

Se você parar para pensar, quantas vezes você se sentiu refém de algo ou alguém? Quantas vezes você fez ou deixou de fazer  algo preocupado(a) com o que os outros iriam pensar?

Seja pelo trabalho, pela cultura financeira de consumir, pela religiosidade, crenças, família ou amigos, todos nós estamos de alguma forma "amarrados" a convenções que não nos fazem felizes.

Muita gente acredita que porque algo sempre foi assim não pode mudar. Tem quem chame de tradição a forma como algo é feito na sociedade. Por anos e anos aquela "tradição" é levada adiante. Alguns gostam, outros não, outros ainda nem entendem o motivo pela qual ela é realizada, apenas reproduzem o que aprenderam.

Muita gente está no "modo automático" da vida. Muitas tarefas, muitas situações são feitas por fazer, para agradar a todos que estão ao seu redor. Mas e você, onde se enquadra nisso tudo?

Quer um exemplo? Festas de fim de ano. Tem quem ame, tem quem odeie. Tem quem goste de reunir família e amigos, tem quem goste de ficar sozinho em casa refletindo, tem quem não ligue, tem quem acha que é só ganhar presentes, tem quem coloca todos os costumes da religião a frente de tudo e todos. É uma variedade de sentimentos nesta época do ano. Mas a pergunta que não quer calar: se você não gosta, por que participar?

As pessoas vão falar sim, afinal muita gente gosta de falar da vida dos outros, mesmo não tendo nada a ver com a situação. Mas se o falatório todo não te prejudica em nada, não prejudica seu trabalho, não prejudica seu modo de viver, por que se torturar em fazer algo só para agradar todos à sua volta?

Tem gente que é feliz sozinho nesta época do ano. Tem gente que é feliz levando uma vida mais solitária com poucos e bons amigos. Já tem aqueles que para "viver" é preciso reunir a galera, fazer uma festa, ter bebida e comida da boa.

O que muita gente não compreende é que as pessoas são diferentes, e isso é que faz a mágica da vida acontecer. A pluralidade é o motor disso tudo. Se todos fossem iguais e tudo fosse sempre da mesma forma, qual seria a graça de tudo?

Portanto é preciso se desprender destas amarras que nos são impostas e começar a viver realmente aquilo que lhe faz bem, lhe faz feliz. Dizer não pode a primeira vista ser algo assustador, incômodo. Mas saber dizer não, saber impor limites ao que você gosta e ao que você não gosta com certeza fará sua vida muito mais prazerosa. E quando digo prazerosa é para você. 

Mas para tudo isso como disse Luciano Stein na entrevista, é preciso ter coragem. E ter coragem é algo que nem sempre todos tem. Sendo assim, encontre ai dentro de você sua coragem e se liberte. Viva aquilo que você gostaria de viver, no seu tempo, do seu jeito. Materialize sua fé. Tenha coragem e acredite, tudo ficará bem. E o melhor, do seu jeito.

Texto: Fabrício Santana



quarta-feira, 28 de outubro de 2020

O que é Fé para você?

Se alguém te perguntar o que é fé, como você definiria? Se pegarmos o significado literal da palavra, segundo o que está no dicionário (alguém ainda usa dicionário de papel hoje em dia? rs) é acreditar em algo, em alguém. 

Mas ter fé eu diria que transcende muito mais do que o simples fato de acreditar, que é estar convencido da verdade. 

Ter fé é acreditar sim, mas é ter a certeza de que o seu desejo vai se tornar realidade. É pedir e saber que será atendido. É acreditar naquilo que não se vê, não se toca, mas se sente profundamente.

Fé é não saber qual será a saída para um problema, mas é ter a certeza de que a encontrará. Fé é estar em meio à escuridão e mesmo assim conseguir se manter em movimento, passo após passo para continuar seguindo na estrada da vida.

Fé é em nenhum momento, mesmo que sua mente consciente diga o contrário, desacreditar que é capaz de realizar algo, de chegar a algum lugar, de ajudar alguém.

Ter fé é usar a razão para resolver questões práticas do cotidiano mas deixar o coração te guiar. Sabe aquela história de que todos nós temos um "sexto sentido"? Pois bem, eu definiria sexto sentido como aquela voz que sempre nos sopra o que devemos fazer e que em alguns casos a ignoramos. E quando a ignoramos já se sabe que o resultado final sempre poderia ter sido melhor.

Fé é crer que uma força maior te guia, te move, te orienta. É tipo aquele ditado que diz "não creio em bruxas, mas que elas existe, existem". A fé é a mesma coisa, você pode até não acreditar, mas ela existe.

E ao redor do globo damos os nomes mais variados a esta energia oculta que nos mantém vivos. Uns chamam de Deus, outros de universo, outros de anjos, santos, bruxas, e mais uma infinidade de outras definições. 

Fato é que não estamos aqui por acaso. Não chegamos à toa por aqui. Todos temos um caminho para seguir. 

Já dizia a música de Gilberto Gil "andar com fé eu vou que a fé não costuma faiá". Então se ela não falha, melhor andar com ela, não é?

Texto: Fabrício Santana

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Seu maior sonho pode se tornar seu pior pesadelo

 Depois de alguns meses ela resolveu dar as caras. Sim, estou falando da chuva. Várias regiões do país aguardavam ansiosamente por ela, até que aos poucos ela tem se tornado mais frequente no nosso dia-a-dia.

Assim como a chuva, na nossa vida aguardamos por várias coisas, situações, momentos. Quantas vezes você se pegou esperando para que algo acontecesse, ou que determinado dia chegasse.

Lembra-se quando era criança e você queria muito um brinquedo? Se lembra de quando ganhava esse brinquedo e você não sabia muito bem o que fazer tamanha era a emoção? E se lembra também que em poucos dias o brinquedo perdia a graça e você logo dava um jeito de ter outro objeto de desejo?

Isso acontece conosco. Desejamos tanto alguma coisa que quando ela chega nem sabemos direito como agir. E quando nosso desejo chega com a intensidade de uma chuva de verão? Isso pode ser bom ou pode ser um tanto assustador.

Assim como as cidades não estão preparadas para uma forte chuva, nós também podemos não estar preparados para quando uma situação chega até nós. E aí você já sabe, o estrago pode ser grande.

Existe um ditado que diz "cuidado com o que você deseja porque seus pedidos podem se tornar realidade". Isso é a mais pura verdade. Precisamos tomar cuidado com nossos pensamentos e desejos. Às vezes pedimos com tanto fervor que quando recebemos aquela "enxurrada" de desejo atendido acabamos por nos afogar em meio a tanta coisa boa que vem até nós.

Não dizem que a diferença entre o medicamento e o veneno é a dose? A mesma substância que mata pode ser a mesma que salva. 

Portanto, mais importante do que pedir e desejar é saber como fazer. Saber exatamente o que quer, como quer e em qual intensidade quer. Já pensou em ganhar na mega sena da virada? Mas você sabe administrar dinheiro? O que poderia ser a solução pode se tornar seu maior problema.

Você deseja muito um carro, mas já sabe dirigir de forma correta? Ou se você quer muito mudar de emprego para ganhar mais, você está preparado para ser mais cobrado?

Tudo na vida tem uma consequência. Tudo tem uma ação e uma reação. Por isso mais saiba pedir e esteja realmente pronto para quando receber. Caso contrário até seu maior sonho pode se tornar seu pior pesadelo.


Texto: Fabrício Santana

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Nuvens Negras São Necessárias Na Nossa Vida

Muita gente diz que algumas situações na vida são certeiras e não tem como mudar. Sabe quando você olha para o céu e vê nuvens negras se aproximando? É certo de que vai chover, correto? Nem sempre. Às vezes um vento forte pode dissipar as nuvens e a chuva tão esperada ou temida pode ir embora sem derrubar nenhuma gota.

Em outras situações você acha que está tudo bem e que nada de ruim pode acontecer. É como tomar banho em uma cachoeira. Às vezes no local onde você está o céu está azul, o sol brilha, mas de repente o volume de água da cachoeira aumenta e todo aquele ambiente de tranquilidade fica revolto e perigoso. É que pode ter chovido na cabeceira do rio que forma a cachoeira e o grande volume de chuva vem como uma avalanche.

Assim é nossa vida. Existem momentos em que está tudo bem e de repente tudo vira de pernas para o ar. Em outros, esperamos a tormenta que não vem.

Eu diria que nossa vida é cíclica, ou seja, feita de ciclos. Alguns bons e outros nem tão bons assim. O que vale mesmo em todas as situações é não se desesperar. O personagem Candinho da novela Eta Mundo Bom dizia sempre que tudo de ruim que acontece na vida da gente é para melhorar. 

Acredito que as situações adversas que chegam até nós são para nos tornar mais fortes, mais sábios, mais pacientes, mais inteligentes. Sempre tiramos alguma lição dos nossos problemas.

Então não é porque nuvens escuras pairam sobre sua vida que o céu vai desabar. Às vezes é apenas um alerta para irmos com mais cautela e talvez até com o farol da vida ligado. 

Tem um ditado que diz que sozinho vou mais rápido, mas juntos vamos mais longe. O que vale mesmo não é a chegada ou a partida. O que importa de verdade é aproveitar o caminho. Pode parecer longo, mas passa rápido e num piscar de olhos você pode deixar de segui-lo.

Texto: Fabrício Santana

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

E aí, tudo bem?

Quando alguém fala "oi, tudo bem", como você responde a esta pergunta? Vai no automático e responde que está tudo bem, mesmo não sendo um bom dia para você, ou você realmente responde como você está? 

Sei que não devemos sair por aí nos lamentando quando algo não dá certo no nosso dia ou na nossa vida. Tem aquele ditado que diz que Fulano só está sendo cordial, então seja cordial de volta. 

Mas quando paramos para pensar em como realmente estamos. Quando nos perguntamos se está tudo bem, o que respondemos para nós mesmos? Será que somos sinceros conosco ou tentamos fingir até para quem não conseguimos enganar de jeito nenhum. E não estou falando da sua mãe, pai, marido ou esposa. Estou falando de você mesmo.

Quantas vezes abrimos mão de algo para realizar a vontade de outra pessoa? Quantas vezes abrimos mão de nós mesmos para alguém e não recebemos o que imaginamos merecer de volta?

As pessoas falam que fazem algo sem esperar algo em troca. Mas lá no fundo você espera pelo menos um obrigado, um abraço, ou até mesmo algo material. Mesmo que você diga que não, mas se parar para pensar, bem lá no fundo, você espera o reconhecimento do seu esforço diante de alguém ou de uma situação.

Você já ouviu, ou até mesmo disse, "poxa, mas fulano nem falou muito obrigado"? Quando pensamos assim estamos a espera da nossa "recompensa". Mesmo que seja somente um muito obrigado.

Então, que tal começar a ser sincero, pelo menos com você, quando te perguntarem se está tudo bem? Não precisa fazer a outra pessoa de muro da lamentação, mas diga apenas que vai melhorar ou que você poderia estar num dia melhor.

Ser sincero com os sentimentos pode ser um dos primeiros passos para nossa transformação. Não digo aquela transformação cinematográfica não. falo em transformar pequenas atitudes que te proporcionarão bem-estar ao longo do dia, da semana, do mês, do ano, da vida.

E se algo não vai bem você tem que analisar. Você pode mudar a situação? Se sim, faça o que tem que ser feito. Se não puder modificar nada, siga em frente. 

Ah, e lembre-se sempre que problema dos outros, são dos outros. A vida dos outros, são dos outros. Só se envolva naquilo que diz respeito a você. Pode parecer egoísta, mas é um dos maiores gestos de amor consigo próprio que você terá.

E aí, se eu te perguntar agora "tudo bem?", o que você vai responder?


Texto: Fabrício Santana

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Do que você precisa se libertar?

É isso mesmo que você leu no título deste texto. Do que você precisa se libertar? Sabe aquela sensação de que sua vida parece estar amarrada, que nada anda para frente? Muita gente ainda costuma dizer que a vida está andando para trás. Não que eu acredite que dar alguns passos para trás seja ruim. Para pegar impulso as vezes é preciso retroceder.

Mas você já parou para pensar de que você pode se libertar de algumas coisas, crenças, pessoas e situações que podem estar "empacando" sua vida?

Temos a péssima mania de ficarmos do que muita gente chama de zona de conforto. Por que mudar de emprego se eu já conheço tudo onde estou? Por que mudar de casa se a que estou tem seus problemas, mas já aprendi a conviver com eles? Por que deixar de ser amigo de "fulano" se já aprendi a levar a vida do jeito que ele gosta? Por que terminar um relacionamento amoroso se já sei exatamente como levar tudo no chamado "banho maria"?

Ai eu te pergunto: vale a pena continuar neste ciclo vicioso e que de alguma forma está lhe fazendo mal? Por que tanto medo de mudar? Seria medo de encarar um terreno onde você ainda não conhece?

Eu entendo que o desconhecido dá um certo nervoso, um frio na barriga, mas será que vale mesmo a pena passar uma vida inteira acomodado no mesmo lugar, com os mesmos problemas de sempre?

Não estou dizendo que se você mudar os problemas vão desaparecer. Claro que não. Outros podem surgir ao longo da caminhada. Mas você já parou para pensar que podem ser problemas mais leves, mais fáceis de serem contornados?

Então quem sabe não seja hora de começar a se desapegar de algumas pessoas, lugares ou situações?

Por que não arriscar em tentar melhorar a forma como você está vivendo? 

Se prepare para as críticas que com certeza irão surgir. Muita gente pode te chamar de louco, doido, insano, inconsequente, mas quando tudo der certo estarão lá te aplaudindo e falando, de maneira bem hipócrita, que sempre acreditaram em você.

Seja como a lagarta que se liberta de um casulo quente e confortável para poder bater asas e voar. 

E aí, do que você precisa mesmo se libertar? 

Texto: Fabrício Santana

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Seja Como Um Ipê

Já reparou que algumas plantas ficam ainda mais bonitas nesta época de clima seco em boa parte do Brasil? Já reparou na florada dos Ipês, que colorem de amarelo, rosa, branco ou roxo várias cidades do país? Quando tudo parece seco, sem vida e difícil de sobreviver, é que esta árvore mostra o seu melhor. 

Se a gente olhar com mais atenção para outras árvores também, veremos que mesmo depois de uma agressão forte, como uma queimada, elas rebrotam e ficam ainda mais bonitas e fortes. O cerrado brasileiro é cheio destas espécies que são queimadas e mesmo assim, quando a chuva chega, elas nascem novamente.

A natureza é cheia de bons exemplos de como resistir em meio a tantas adversidades. Todo ano os incêndios acontecem, todo ano a época de clima seco chega, e todo ano somos surpreendidos por uma natureza que mesmo tão maltratada se recupera e nos encanta.

E inspirado nela, por que não trazemos para nossa realidade esse poder de revigorar, de resistir, e reviver? Todos nós passamos por problemas, alguns mais graves é verdade, mas todos nós temos lá nossos perrengues diários. Seja no trabalho, na família, com a vizinhança, mas todos temos situações que gostaríamos de resolver logo.

Algumas pessoas se entregam à fraqueza e acabam se retirando deste mundo de forma abreviada. Tem quem não veja saída e prefere se retirar de cena. Mas podemos, e na minha humilde opinião, devemos oferecer ajuda para quem precisa dela.

Que tal estender a mão para quem precisa. Mesmo que você acredite não ter como ajudar pela condição financeira atual que é bem complicada para muita gente, mas você pode oferecer um ombro amigo, pode ouvir, conversar. Tem tanta gente precisando ser ouvida que você nem imagina.

Então nos inspiremos na natureza. Vamos resistir às dificuldades e saber contorná-las. Setembro é conhecido como Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio.Sejamos mais tolerantes, mais sábios, mais pacientes.

Assim como um Ipê que mostra toda sua beleza na época mais seca do ano, que nós possamos florescer em todos os meses, independente da situação. A humanidade precisa de seres mais humanos.


Texto: Fabrício Santana


terça-feira, 1 de setembro de 2020

Você Seguiria Seus Conselhos?

 O quanto você acredita em você mesmo? A pergunta pode parecer estranha, mas é isso mesmo que você entendeu. O quanto você acredita nas coisas que você faz, no que diz, no que segue? Você seguiria seus próprios conselhos?

Temos o hábito de querer dar palpite em tudo e para todos. Mesmo que seja só mentalmente, que não falamos o que realmente pensamos, mas lá no fundo sempre temos o nosso jeito de viver e resolver cada situação.

Sempre pensamos que poderia ser mais fácil, melhor, menos complicado. O nosso jeito sempre nos parece o mais adequado. Afinal já temos experiência de vida suficiente (mesmo que não tenhamos) para desenrolar uma situação.

Quantas vezes você pensa que uma marca de produto é melhor que outra? Quantas vezes você acredita que um caminho seja melhor do que outro? Que um transporte é mais confortável ou mais ágil do que outro?

Tem aquele versículo da bíblia que diz “diga-me com quem andas e te direi quem tu és”. E se nós adaptássemos para, diga-me o que pensas que te direi se farei. Ou diga-me por onde vai que digo se vou contigo.

Dentro da nossa ótica de vida vemos tudo de modo fácil e ágil, mesmo que não seja. Em alguns casos basta alguém de fora olhar nossa vida e apontar algo que pode ser melhor. Mas será que o que a outra pessoa considera melhor, realmente é o melhor para nós. 

Não existe melhor ou pior. Eu diria que existe do nosso jeito. Criamos a nossa realidade, vivemos nela e cremos que é a melhor que podemos ter.

Por isso eu insisto em perguntar: você seria capaz de seguir todos, eu disse todos mesmo, os seus conselhos? Ou você é do tipo que fala uma coisa e faz outra completamente diferente?

O que tento na minha vida é ter coerência com o que digo e o que faço. Não posso fingir um personagem 24 horas por dia. Tenho que seguir aquilo que creio ser o melhor. Não posso, e não quero, pregar uma atitude e ter outra na realidade.

Coerência, paciência e sabedoria nos levam longe. Arrogância, mentira e incoerência não nos levam nem na esquina.

E aí, o que você responderia se alguém lhe perguntasse se você seguiria seus próprios conselhos? Não vale mentir hein.

Texto: Fabrício Santana

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Há quanto tempo você não sente frio na barriga?

O que faz teu coração bater mais forte? Sabe aquela sensação de coração disparado, borboletas no estômago, e aquele frio na barriga? Pare e pense: qual foi a última vez que você sentiu isso?

Quando falo em coração disparado não me refiro a problemas cardíacos, mas sim a uma expectativa de realizar algo novo, algo que você quis muito.

Dizem que a vida é feita de ciclos, de momentos. E quando sentimos essa ansiedade, essas borboletas no estômago, é sinal de que algo muito importante ou muito diferente está prestes a acontecer.

Seja fazendo uma prova, começando num emprego novo, mudando de casa, de cidade, de país. Pode ser também entrando num novo relacionamento, ou saindo, por que não?

O que importa é que a gente sempre tenha essa sensação presente na nossa vida. É isso que nos move. Imagine só que sem graça seria não ter essa expectativa do que está por vir, de como será. 

O ser humano precisa disso pra se sentir vivo, se sentir útil. Você provavelmente se lembra de vários momentos em sua vida em que isso aconteceu. E deve se lembrar também de como foi bom. Claro, alguém vai dizer que sofreu muito por antecipação, mas quem nunca?

O que importa é que você viva momentos em que seu coração dispare, suas pernas fiquem bambas, e quele arrepio bom tome conta de você.

Tem quem sita difícil sair da rotina, mas sair da rotina faz bem. Você passa a ver muita coisa de outro ângulo. E com esse outro ângulo você passa a dar mais valor para algumas coisas que você nem se importava e passa a deixar de lado outras que você julgava muito importante.

Às vezes estar "fora da casinha" é bom para nosso crescimento pessoal, profissional, humano.

Então que tal começar a viver mais momentos que te deixem assim, curiosos para o que vai acontecer. Se jogue. Se der certo, ótimo, se não der, foi aprendizado.

Não tenha medo do desconhecido. Ele pode na maioria das vezes te surpreender. 


Texto: Fabrício Santana

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Fotografia x Sensações

Hoje, 19 de Agosto, é comemorado o Dia Mundial da Fotografia. Basta uma busca rápida na internet, para vermos que a primeira fotografia reconhecida foi feita em 1826, pelo francês Joseph Nicéphore Niépce. Mas o desenvolvimento da fotografia não pode ser atribuído apenas a uma pessoa. Diversas descobertas ao longo do tempo foram somadas para que fosse possível desenvolver a fotografia como é conhecida hoje. 

E basta um clique para que um momento se eternize em uma imagem. A luz e a sombra compõem uma imagem perfeita. E por anos e anos conseguimos ver a imagem. Mais do que ver a imagem é poder nos lembrar do momento em que ela foi tirada. Lembranças de um dia, de uma pessoa, de uma situação. A fotografia tem esse poder de nos fazer lembrar de momentos do passado. 

Momentos bons, ruins, trágicos. Momentos que fazem parte da nossa história pessoal, da história da cidade onde vivemos, do estado onde habitamos, do planeta de modo geral.

E você se pudesse escolher uma imagem para representar sua vida, qual imagem escolheria? Difícil decisão não é mesmo? E se você pudesse escolher então algumas imagens? Mesmo assim a tarefa ainda seria complicada.

Isso nos faz perceber que a vida acontece a todo instante. E que apenas um frame dela não é suficiente para nos definir ou para resumir uma vida inteira. 

Por isso não adianta querermos parar o tempo. Ele não para. Nem mesmo numa fotografia, que com o passar do tempo, se estiver impressa em papel, vai se desbotando, amarelando, até um dia se perder de vez.

Como já falei em vários textos, é para frente que se anda, é para frente que se olha. As fotos, as imagens, servem para nos lembrar de momentos. Elas não transmitem cheiros, sensações, apesar de fazerem o mais profundo da memória ser revivido.

Portanto, quanto viajar, ou reunir os amigos, se preocupe mais em viver o momento do que registrar em uma foto. Na memória você vai lembrar do som das vozes, do cheiro, da sensação. Na foto, será apenas a imagem. 

Desfrute a vida, se jogue por completo em cada situação que viver. Depois de alguns anos você verá que valeu a pena. Pode até se utilizar deste recurso para registrar o momento. Mas basta um ou dois cliques. O que vale mesmo é a convivência, seja de você com outras pessoas, ou de você com cada situação. 


Texto: Fabrício Santana

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

É Preciso SER amigo ao Invés de ESTAR amigo

 Quantas vezes você ficou sem saber o que dizer diante de uma situação? Sabe quando as palavras faltam e você não consegue falar nada, nadinha mesmo? Pois bem, às vezes não é preciso dizer nada para estar com alguém.

Sabe aquela história de oferecer um ombro amigo? Então, ela faz todo sentido. Claro que não é o ombro propriamente dito que você oferece. Você oferece para outra pessoa seu ombro, seu abraço, seu tempo. 

Quantas vezes alguém faleceu e você pensou: meu Deus, vou chegar lá e falar o que? Ou então quando alguém passa por algum transtorno intenso e você pensa "não sei o que dizer pra esta pessoa neste momento".

Te digo que nem sempre precisamos falar. Bastar estar presente, se fazer presente. Um abraço caloroso, apertado, faz muito mais sentido do que mil, duas mil, um milhão de palavras ditas.

Tenha certeza de que em um momento tenso, quase ninguém vai se lembrar do que você disser. Mas com certeza quase todos vão se lembrar do que você fizer. Tenho amigos que me relatam que lembrando de quando eu cheguei e simplesmente dei um abraço, sem falar nada. Mas eu, na minha "santa ignorância" disse algo naquele momento. As palavras foram esquecidas, mas o gesto está gravado na memória.

Muitas vezes não queremos ouvir determinadas coisas. Mas quando alguém chega e lhe estende a mão, ah, isso faz toda diferença. Quando alguém te diz, vamos, eu vou contigo, você com certeza se sente amparado, acolhido, cuidado.

Seja amigo, seja parente, conhecido, vizinho, colegado de trabalho, não importa a "patente" que a pessoa ocupe na sua vida. Tente se fazer presente, ao invés de falar e falar e falar. 

Seja um exemplo para quem precisa, seja mão amiga para quem precisa, seja um abraço afetuoso para quem necessita, seja um amparo no momento de maior turbulência.

Lembre-se sempre: não precisa falar. Precisa mesmo é estar junto, seja lá em que situação for. É como dizem por aí: ninguém solta a mão de ninguém e fica tudo certo. É preciso SER amigo ao invés de ESTAR amigo.


Texto: Fabrício Santana

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Você Já Sonhou Hoje?

Você tem algum sonho? Quantas vezes já te perguntaram isso? E o que você respondeu?

Quando digo sonho não é aquele que você tem quando está dormindo não. Falo daquele sonho, daquela vontade de realizar algo, de conquistar algo, alguém, algum lugar. 

Uma vez me perguntaram qual o tamanho do meu maior sonho? Não soube responder, porque sonho, na minha opinião, não é grande ou pequeno. Sonho é sonho. 

Ah, e como sonhar é bom. Quantas vezes você já imaginou a viagem dos sonhos, ou a casa dos sonhos. Isso sem falar no emprego maravilhoso, no relacionamento que você sempre quis.

A gente sonha nos mais variados campos. E como é gostoso quando realizamos algum deles. Já parou pra pensar o quanto você queria que algo se realizasse, e quando se viu imerso na situação, você nem acreditava, tamanha era a felicidade?

Uma pessoa tem que ter sonhos. Uma vida sem eles é muito sem graça. Se conformar com tudo é estranho.

Sabe criança quando quer um sorvete ou um chocolate? Ela sonha com isso. E quando a mágica acontece, ver o sorriso de satisfação no rosto dela não tem preço. 

Quando foi a última vez que você realizou um sonho? Mesmo aqueles do cotidiano como eu costumo chamar. Sabe quando você encontra um lugar no transporte público, e do lado da sombra? Por um momento esse desejo foi um sonho, mas em algum momento se tornou realidade. Ou quando a chuva demorou mais cinco minutos pra cair e deu tempo de você chegar. Ou quando sua comida preferida fez parte do seu cardápio hoje.

Tem também quando você comprou seu primeiro carro, ou sua casa própria, ou fez aquela viagem, seja nacional ou internacional, que você tanto sonhava.

Confesso que ainda tenho vários sonhos para realizar. Tenho outros tantos já conquistados e muitos ainda por vir.

As pessoas precisam aprender a serem mais práticas ao definirem o que querem. Claro que muitas vezes a gente é "obrigado" a passar por uma situação para chegarmos a outras. Mas cabe a cada um de nós escolhermos ficar estagnados num único lugar, numa única situação, sem perspectivas de melhora, ou então seguir adiante e nos adaptar a cada nova curva que a estrada da vida apresentar. 

Sonhar é preciso, navegar é preciso, viver é preciso. Sonhe! Você verá como sua vida será bem mais interessante quando você começar a se imaginar em uma outra situação. Mas é preciso também fazer a sua parte. Como diz um trecho da música Prelúdio, do Raul Seixas, "Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só.Mas sonho que se sonha junto é realidade".

Texto: Fabrício Santana

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Ninguém nunca precisou de restos para viver

Já parou pra pensar que a gente sempre está tentando encontrar algum defeito? Sim, algum defeito, alguma coisa que não está dentro do "padrão". Seja em nós, no outro ou em alguma situação. Sempre estamos criticando, mesmo que mentalmente.

Pense na seguinte situação: Algum amigo ou amiga chega em você para contar que comprou um carro zero quilômetro. Você fala que está feliz, que gostou da conquista mas bem lá no fundo às vezes se questiona como esta pessoa conseguiu isto num prazo tão curto (mas nem sempre o prazo foi tão curto assim). Ou você até gosta do carro, mas pensa que se fosse seu seria uma cor diferente, ou mais potente.

Em uma outra situação alguém te convida para uma festa de aniversário. Você vai, está tudo perfeito mas você teria feito uma comida diferente, ou alugado um outro salão porque na sua opinião o outro lugar é mais espaçoso ou arejado.

Não importa qual seja a situação, você, mesmo que involuntariamente, sempre vai pensar que poderia ser melhor, que poderia ser diferente, que poderia ser de um jeito "mais correto".

Quando passamos a ver o lado bom de tudo, passamos a nos preocupar menos, ficamos realmente felizes e consequentemente não magoamos o próximo.

Os animais (os que não fazem parte da raça humana) apenas vivem um dia de cada vez. Eles não se frustram tanto porque não criam expectativas. Eles não se decepcionam tanto porque quando gostam é verdadeiro, quando algo não lhes agrada eles simplesmente se afastam e vão viver um pouco mais longe. Não que os conflitos sejam evitados. Mas você só vê animais atacando outros em duas ocasiões: quando se sentem ameaçados por outro ou quando é para caçar para comer (afinal eles não tem supermercados para comprar comida).

Não tô querendo dizer aqui que não é preciso planejar ou lutar pelo que acha certo. O que quero dizer é que a gente pode sempre ver o lado melhor da vida, evitar conflitos bobos por conta de algo que não é tão essencial para nós assim. A forma como o outro se veste, fala, anda ou se porta não nos diz respeito. Deveríamos nos preocupar com nosso bem-estar, com nossa alimentação e principalmente, deixar o outro viver como quiser. 

Não precisamos sair por aí espalhando "verdades", mesmo que disfarçadas em forma de brincadeiras. Dizem que toda brincadeira tem um fundo de verdade, e talvez isso seja mesmo real. A sua opinião é sua, somente sua. Não precisa sair por aí propagando o que você acredita ser certo. Se preocupe primeiro em ajustar a sua vida. O resto é o resto. E ninguém nunca precisou de restos para sobreviver.

Texto: Fabrício Santana

quarta-feira, 22 de julho de 2020

O Poder do Abraço

Tem uma música do Jota Quest que diz:
"O melhor lugar do mundo
É dentro de um abraço
[...]
Pro solitário ou pro carente
Dentro de um abraço é sempre quente
Tudo que a gente sofre
Num abraço se dissolve
Tudo que se espera ou sonha
Num abraço a gente encontra"

Não importa a situação. Um abraço geralmente diz muito mais do que qualquer palavra do mundo. Dizem que o abraço é curativo. Cura ódio,  ressentimento, cansaço e até tristeza.

Seja entre família, entre amigos, colegas, vizinhos, e até mesmo desconhecidos. Um abraço conforta, acalenta. Os braços se abrem e os corações parecem até bater no mesmo ritmo. Naquele momento, que pode ser breve, ou mais demorado, tudo parece se resolver, todos os problemas parecem se dissolver, tudo parece se ajeitar. 

Não tem nada com um abraço. Um abraço de bom dia, um abraço de quando se encontra o melhor amigo depois de muito tempo, um abraço de mãe e filho, de tio, tia, avó, avô. Abraçar é sempre bom. 

O momento que ultrapassamos pede um distanciamento social. Muitos abraços virtuais estão sendo distribuídos. Mas nada como o calor humano, o toque da pele, o olho no olho e os corações batendo juntos para acalentar as almas. Tem um trecho de um texto de autor desconhecido que diz que o abraço deveria ser receitado por médico pois rejuvenesce a alma e o corpo.

E você, já abraçou alguém hoje?

Texto: Fabrício Santana

quarta-feira, 15 de julho de 2020

O Poder da Fila

Dizem que brasileiro adora uma fila né. Não pode ver uma que já está lá para entender o que está rolando. Brasileiro pode até "gostar" da fila, mas a humanidade inteira está numa fila. Sim, é isso mesmo que você leu.

Existem as filas comuns, como as que encontramos em supermercados, hospitais, lojas, transporte público. Mas existem também as filas "imaginárias". Sim, todos entramos numa espécie de fila para nascer e também para morrer. Entramos na fila para ser feliz, mas às vezes pegamos a fila errada e encontramos a tristeza. Esteamos na fila parar nos tornarmos pessoas melhores, para amadurecer, para frutificar. Enfrentamos nossas filas diárias sem nos dar conta. 

Ah, e nessas filas imaginárias não é possível voltar para o fim da fila ou adiantar algumas "casas". Estamos onde devemos estar. Tudo acontece no tempo que tem que acontecer. 

E quando estamos na fila sempre surge uma conversa, uma bate-papo. E que tal utilizar este tempo para elogiar mais, sorrir mais, criticar menos. Aproveite para ajudar quem precisa, fazer as pazes e de alguma forma fazer a diferença na vida de alguém. É tão bom se sentir amado, e por que não nos colocamos do outro lado e amamos alguém?

Então, que tal se livrar do rancor e transbordar amor. Ame. Ame muito. Eu diria pra amar até mesmo quem não merece. Não espere nada em troca. Ame porque lhe faz bem.  Dessa vida não levamos nada material. Nem o corpo a gente leva depois que morre. Só conseguimos carregar conosco os sentimentos, aquilo que vivemos. Que nossa bagagem seja carregada de coisas bonitas, positivas e que nos fazem bem e, se possível, que fazem bem ao próximo. 

Enquanto aguarda na fila da vida, que sejamos mais humanos, menos egoístas, mais afetuosos, menos agressivos, mais amáveis, menos truculentos, mais pacientes e menos possessivos. Que o tempo na fila da vida seja bem aproveitado, para quando chegar a sua hora de ser atendido, você consiga apresentar somente coisas boas, ou que elas sejam pelo menos a maioria.

Texto: Fabrício Santana







terça-feira, 7 de julho de 2020

Daqui a Pouco Pode Ser Tarde Demais

A dor da perda é grande, é forte mas é inevitável.

Nesta semana, infelizmente, perdi um parente. De repente, no meio da noite tudo aconteceu. O socorro foi dado, e depois de pouco mais de um mês a morte repentina da prima, de 40 anos, pegou todo mundo de surpresa.Tão jovem, tão saudável, tão bonita, e de repente tudo isso acontece. Como num sopro a vida terrestre se foi e o corpo já não tinha muita utilidade para a alma.

Aqui na Terra ficamos nós, parentes, amigos, colegas e conhecidos tentando entender o motivo de uma partida tão precoce. As crianças, um de dois anos e outro de quatro anos ficaram sem a mãe. O marido ficou sem a esposa. Os funcionários sem a patroa. A mãe ficou sem a filha, a avó ficou sem a neta e a tia ficou sem a sobrinha. Eu perdi a prima, o vizinho perdeu a vizinha, o amigo perdeu a amiga, as irmãs perderam a irmã. A morte foi de uma única pessoa, mas as perdas são incalculáveis.

De repente o coração não aguentou e não bombeou mais sangue. A falta de oxigênio a fez dar o último suspiro. O pulso parou e os olhos nunca mais se abrirão.

Com tudo isso quero dizer que é preciso realmente aproveitar cada dia como se fosse o último. Não deixe para depois para demonstrar seu amor, afeto e carinho pelo outro. Diga o que tem vontade de dizer. Faça o que tem vontade de fazer. Viva o que tem vontade de viver. A morte, mesmo sendo a única certeza que temos nesta vida, pode chegar repentinamente e mudar os planos de todo mundo. 

Depois da partida definitiva para outro plano, cabe a nós, que ficamos, aprender a conviver com a ausência, com a saudade mas também com as lembranças. E quantas lembranças. Um jeito de falar, uma comida preferida, um passeio, um programa na TV, uma música. Tudo nos faz lembrar de quem já partiu.

Parece clichê, e pode até ser, mas viver o hoje, o presente, é a melhor forma de viver a vida. O ontem já foi, o amanhã não chegou, e nem sabemos se chegará para nós. Portanto só temos o presente para vivermos, sermos felizes, sermos nós mesmos.

Prima, você que só me chamava de "Bimbim" (até hoje não entendi o motivo do apelido mas adorava ouvi-lo quando você dizia), vai fazer falta. E você que está lendo este texto siga o seu coração. Daqui a pouco pode ser tarde demais.

Texto: Fabrício Santana

terça-feira, 30 de junho de 2020

O que a pandemia mudou em você?

Dizem que o mundo vai mudar. Dizem que a pandemia vai mudar a forma como vivemos, como trabalhamos, como nos relacionamos. Eu diria que não vai mudar. O correto é que já mudamos. Estamos apenas nos adaptando a uma nova rotina, a um novo jeito de viver e conviver.

Temos o hábito de sempre falar que vamos mudar, que vai mudar, que vai acontecer. Nosso pensamento é sempre pautado no futuro. Algumas pessoas chamam de planejamento, outras de agenda, mas o que de fato acontece é que sempre tratamos boa parte dos acontecimentos cotidianos como algo futuro.

Fato é que não teremos mudança de hábitos pós-pandemia. Já temos um mundo em constante transformação. E agora, em muitos "departamentos da nossa vida" fomos obrigados a nos readequar, a nos readaptar. Hoje não é mais possível ir a um restaurante comer. Temos que comprar e consumir em casa. Um passeio pelo shopping, ou pelo centro da cidade não é mais tão possível. 

A principal mudança está literalmente na cara. O uso de máscara se disseminou pelo mundo. Hoje, em qualquer país, em qualquer cidade, em qualquer lugar, vemos as pessoas se protegendo com um pedaço de tecido preso ao rosto. Ok, nem todo mundo usa a máscara como deveria usar, mas isso é um detalhe que com o tempo vai se ajeitando. Tem sempre alguém teimoso né?

Mas o que de fato mudou na sua vida com essa pandemia e esse período de quarentena? Você já parou pra pensar? Já percebeu que as relações familiares mudaram? Quem tem criança em casa agora sabe o que é conviver o tempo todo, todos os dias com os pequenos cheios de energia em casa. Quem tem idosos, e tem que manter o distanciamento social para a segurança deles, aprendeu o poder que uma chamada de vídeo tem. Estar distante fisicamente não quer dizer abandonar, esquecer as pessoas "num canto qualquer".

E aos poucos fomos adaptando nosso jeito de nos deslocar pela cidade, nossos horários e locais de trabalho, nosso jeito de comprar, de consumir. Adaptamos nossas rotinas, nossas famílias, nossos encontros com amigos, nossas festas e comemorações (festa junina, dias das mães...adaptamos nossos hábitos de higiene, a forma como fazemos compras de mercado, a limpeza antes de guardar tudo no armário. Aos poucos vamos nos transformando e como a repetição leva ao hábito, criamos novos hábitos que nem percebemos.

Algumas pessoas têm mais dificuldade em mudar, em se adaptar ao novo. Outros se adaptam quase que da noite para o dia. O que importa é que não ficamos apáticos diante de tanta modificação ao redor do planeta. Não tem como ficar apático, não tem como não se adaptar. É aquela história de dançar conforme a música. O mundo muda o ritmo, nós mudamos o ritmo. Não queremos ficar para trás.

Infelizmente muita gente perdeu familiares e amigos durante esta crise. Infelizmente muitos ainda vão falecer (seja com Covid-19 ou outra doença qualquer). E não adianta falar que estamos preparados quando isso acontecer. Ninguém está preparado para a perda, por mais que ela sempre esteja nos rondando. quem nunca viu uma planta morrer, um pet morrer ou até mesmo aquela pessoa que você tanto ama e tanto quer bem?

Portanto, é momento de tirar um tempinho e refletir. O que esta pandemia mudou em você?

Texto: Fabrício Santana

terça-feira, 23 de junho de 2020

Aprenda a Desapegar-se

Certa vez Dalai Lama disse que "O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil na vida de alguém". E neste período difícil que estamos atravessando espero que algo de positivo seja aprendido por toda a humanidade.

Sabe, o segredo da força está na vontade. Não basta apenas desejarmos, imaginarmos. Temos que agir. E para que uma ação aconteça, é preciso ter vontade. Tem quem diga que se você nasceu num mundo onde não se encaixa, é porque talvez você tenha nascido para criar um novo diferente, um mundo novo.

Muita gente traça metas, objetivos e tenta segui-los a risca. Não querem mudar caso algum imprevisto aconteça no meio do caminho. Mas a vida não é sobre metas ou linhas de chegada. O bom mesmo é sobre o que você aprende na jornada, ou quem você se torna nessa caminhada.

A gente precisa abrir os braços para as mudanças que estão batendo à nossa porta. Mas é importante que seus valores sejam preservados. Chico Xavier disse uma vez que "o amor é uma força que transforma o destino". E nosso destino somos nós quem traçamos. Afinal, temos o livre arbítrio de escolher por qual caminho seguir. 

É preciso manter o equilíbrio. Não podemos pender demais nem para um lado nem para o outro. Nos mantermos centrados é sempre uma escolha prudente.

Nós temos uma força que nem imaginamos ter. E não falo de força física não. Falo de força espiritual, de energia. Essa energia nos acompanha em todos os momentos. As vezes mais fortes, outras vezes menos intensas, mas sempre ali, conosco.

Por isso precisamos sempre ser gratos. Quando digo ser grato não é só pelas coisas boas que aconteceram. Temos que ser gratos também por aquilo que não saiu como o nosso planejado. Afinal, como diz a personagem Candinho da novela Eta Mundo Bom: "Tudo de ruim que acontece na vida da gente é pra melhorar". Temos que aprender com nossos erros parar nos tornarmos pessoas melhores. E ser grato é um bom começo.

E como disse Jack Kornfield, "como um castelo de areia, tudo é temporário. Construa, cuide, aproveite. E quando chegar a hora, desapegue-se".

Texto Fabrício Santana

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Que tal agradecer ao invés de se desculpar?

Já falei aqui, mais de uma vez, que as palavras têm poder. E uma pequena mudança no nosso jeito de falar pode modificar muita coisa na vida da gente. Ah, e quando digo modificar o jeito de falar, não me refiro a sotaques ou expressões regionais. A língua só é rica por ter essa diversidade. Quando digo isso, me refiro a trocar algumas palavras para deixar as frases com sentido positivo.

Nesta semana me deparei com a seguinte postagem:


Reparou que a mudança de apenas uma palavra mudou o significado da frase? Percebeu que algo que poderia ser negativo se tornou positivo?

Acredito que temos que agir assim na vida. Tentarmos ser mais positivos, e claro, utilizar as palavras para que as situações também fiquem mais positivas. Já estamos saturados com tanta negatividade, e um pouco de leveza cai bem.

Portanto, obrigado por compartilhar seu tempo comigo e ter lido este texto.

Que sua semana seja positiva!

Texto: Fabrício Santana





quarta-feira, 10 de junho de 2020

As Atitudes São Tomadas com o Veículo em Movimento

É preciso abrir espaço para que o novo chegue até nós. Pense comigo: quando você respira, o ar "velho" precisa ser eliminado para que o ar "novo" chegue até seus pulmões e consequentemente a todo o seu corpo. E a gente faz isso involuntariamente, sem perceber. Até dormindo somos capazes de respirar. Criamos este "hábito" e o levaremos para a vida toda.

Assim como respirar, as outras situações da nossa vida são exatamente assim. Precisamos nos livrar daquilo que não nos é mais necessário para que o novo chegue até nós.

Muita gente fala em lei da atração, mas no fundo acaba sendo um acumulador. Já reparou no seu armário? Você usa mesmo todas as roupas, calçados e acessórios? Todos são utilizados com frequência? Provavelmente tem sempre alguma peça que fica mais reservada ou que você não usa mas também não se desfaz. Quando digo desfazer não é jogar no lixo, mas passar pra frente, deixar ir, deixar fluir.

E na sua vida, quantas situações você vive, se apega mas vive reclamando que poderia ser melhor? O que você tem feito realmente para que essa melhora chegue até você?

Quando estamos com as mãos cheias não conseguimos pegar mais nada, não conseguimos carregar mais nada. É preciso liberar espaço para as novas oportunidades. 

Quando você vai viajar, ao fazer a mala, você tem que escolher somente o que é essencial para não levar muita coisa, parar não pagar pelo excesso de peso. E quando a viagem é de carro você só leva o que cabe no porta-malas. Não da para levar mais do que a capacidade do veículo.

Se somos capazes de compreender o excesso ao fazer uma mala, ao fazer compras, por que não compreendemos quando se trata de sentimentos? Se algo está incomodando, se algo está chateando, se algo está lhe fazendo mal, é preciso deixar para trás, deixar para lá. 

Se sua roupa não está caindo bem, troque. Se seu sapato não serve mais, troque. Se seu relacionamento está fazendo mal, troque. Se seu trabalho está lhe fazendo mal, troque.

Mudar é algo que apavora, que assusta e o medo parece tomar conta da gente. Mas mudar também é libertador, encantador e faz um bem danado pra gente.

Por isso repense suas atitudes. Cuide melhor da sua casa, do seu corpo, da sua vida, dos seus sentimentos. Ninguém gosta mais de você que você mesmo. Se livre daquilo que lhe faz mal. Fique apenas com o que lhe faz bem. E assim, seja feliz. Lembre-se que tudo nessa vida passa, seja algo bom ou algo ruim. O ciclo da vida é constante e ela não estaciona para que você pense o que fazer. Neste veículo chamado vida, você conduz e é conduzido. Assim como um motorista, as atitudes precisam ser tomadas com o veículo em movimento.

Texto: Fabrício Santana

terça-feira, 2 de junho de 2020

A língua é o chicote do corpo

Uma vez ouvi de uma amiga minha que "a língua é o chicote do corpo". Não sei se ela é o chicote, mas com certeza é uma das responsáveis por boa parte do sofrimento da humanidade.

Sabe aquela história que Fulano não tem "filtro" entre o pensamento e o que fala? Sabe aquela sensação de arrependimento logo após dizer algo? Isso é comum em muita gente. Falar no calor da emoção nem sempre é a melhor escolha. O arrependimento é praticamente certo.

Muitas brigas, desentendimentos, e até mesmo guerras, surgem com uma mensagem, que na maioria das vezes é mal interpretada. Uma fofoca pode acabar com a vida de uma pessoa, instituição, país. Por isso é preciso "passar pela peneira" os assuntos antes de divulgarmos. Se o que vou compartilhar não vai mudar nada na vida de ninguém, não é importante, ou vai prejudicar alguém, o melhor a se fazer é não compartilhar, não passar adiante.

Em época de fake news, repassar algo que não é verdade, tem se tornado comum. Infelizmente as pessoas tem se apegado às suas verdades e não querem mais saber do que está ao redor. Elas criam uma bolha onde vivem e o restante do mundo que "se lasque".

As pessoas estão mais intolerantes ou apenas estão sendo vítimas do chicote do corpo? Na temporada da novela Malhação, em 2008, a personagem interpretada pela atriz Mariana Rios, falava sempre um bordão que era "Jesus me chicoteia". Não temos sido chicoteados por Jesus. Ele não é o responsável. Temos sido chicoteados por nós mesmos, pela nossa intolerância, ignorância, pela nossa língua.

E como ser chicoteado dói. Dói muito, e na maioria das vezes somos marcados pra vida toda. Por isso, mesmo que você seja chicoteado em algum momento da sua vida, isso não quer dizer que você tenha que pagar na mesma moeda.

Dizem que as palavras têm poder para atrair ou repelir situações para sua vida. Mesmo que você não acredite no poder de atração das palavras, saiba que elas podem atingir, de forma muito profunda, as pessoas. Por isso, cuidado com o que você pensa e diz, pois seus pensamentos e palavras podem influenciar na realidade de muita gente ao seu redor.

Não permita que sua língua seja um chicote. Faça dela um instrumento usado para transmitir amor, afeto e carinho.

Texto: Fabrício Santana






quarta-feira, 27 de maio de 2020

Montanha-Russa da Vida

Tem uma música da Cássia Eller que diz:
"Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
'Tá tudo assim, tão diferente".

Será que realmente nada mudou? Nesta semana uma frente fria chegou ao país e derrubou as temperaturas. Não sei aí onde você está, mas por aqui tive que usar moletom, meia, cobertor, edredom, chá, chocolate quente e tudo mais que fosse possível para me aquecer. 

E como a natureza muda em pouco tempo né. Um dia está calor, no outro vem a chuva, em seguida vem o frio, e tudo vai se adaptando à nova realidade. Já reparou num gramado seco e após uma chuva ele volta a ficar verde novamente? E as árvores que após um período de seca, com a chuva, volta a ficar mais colorida, com novos brotos.

A vida vai se renovando dia após dia, estação após estação. As folhas mais velhas caem para que novas possam chegar. As flores se transformam em frutos, e com a ajuda dos pássaros e das abelhas, e por que não de nós humanos, as sementes alcançam o solo e uma nova planta nasce. 

Para que o céu fique azul ou as nuvens precisam "chover" ou o vento precisa soprar para levá-las para longe. E o oceano só é grande porque toda a água doce do planeta corre em direção a ele.

Mesmo que tudo pareça se repetir em cada estação, pode ter certeza que tudo é diferente. 

A mesma música da Cássia Eller ainda diz:
"Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir nem tentar, agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa"

Você quer deixar tudo como está ou prefere deixar tudo como gostaria que fosse? Independente da resposta, você terá que tomar uma atitude. Mesmo que sua escolha seja a de não fazer nada, você terá decidido algo. E a partir desta decisão você não será mais o mesmo, o mundo ao seu redor não será mais o mesmo. Tudo estará diferente.

Quero que lembre-se sempre que o mundo está em constante mudança. Mesmo que tudo pareça igual, tudo estará diferente a cada amanhecer. 

Lembre-se também que tudo isso que estamos vivendo vai passar. Tudo tem um ciclo com começo, meio e fim. Se for algo bom, é passageiro. Se for algo ruim, também é passageiro. E a gente vai aprendendo a se equilibrar nessa montanha-russa que é a vida. 

Um forte abraço virtual pra você.

Texto: Fabrício Santana

terça-feira, 19 de maio de 2020

Mais Que Um Simples Pedaço de Pano

Quem diria que um pedaço de pano nos aproximaria ao mesmo tempo em que nos distancia! É isto mesmo que você leu. Em época de pandemia, além de álcool em gel, a máscara passou a fazer parte do nosso figurino. Aonde quer que você vá, ela está lá, literalmente na sua cara, para quem quiser ver.

Quem diria que um simples pedaço de pano, além de nos proteger contra um inimigo invisível, nos faria perceber os sentimentos alheios pelos olhos, e não mais pela face toda? 

Quem diria que um simples pedaço de pano nos faria deixar a maquiagem de lado, encobriria os sorrisos, esconderia nosso nariz e apenas os olhos ficariam livres para mostrar as outras pessoas o que se passa dentro de nós?

Um pedaço de pano fez as pessoas parecem mais iguais, e o não uso dela, nos faz parecer um ET aonde quer que estejamos. Um pedaço de pano faz com que as pessoas passassem a olhar mais nos olhos uma das outras e tentassem decifrar o que o outro quer dizer.

Não dizem que os olhos são a janela da alma? Então passamos a usar mais a nossa janela, e principalmente a dar uma olhadinha na janela do outro. Enquanto os sorrisos estão escondidos, é com a menina dos olhos que transmitimos nossos sentimentos, sejam eles bons ou ruins.

E não importa a estampa, a cor, o modelo de máscara que você esteja usando. O pedaço de pano que colocamos preso no nosso rosto esconde muito de nós, mas revela também.  É pelos olhos que as lágrimas transbordam. Lágrimas que podem ser de felicidade, de medo, pavor, pânico, alegria. Quando a emoção transcende o corpo, as lágrimas surgem.

E como nosso rosto diz algo sobre a gente, mesmo estando parcialmente coberto. Basta abrir os olhos para enxergar algo melhor. Basta fechar os olhos para ajustar o foco e ver ainda mais longe. Basta piscar com um olho só para flertar com aquele crush. Basta piscar lentamente para ver que nosso pensamento está longe. Se choramos logo tem alguém querendo saber o motivo. E se os olhos estão caídos pode ser tristeza, cansaço ou apenas sono. Quando estão vermelhos eles denunciam que nosso corpo está no limite. 

E para saber tudo isso basta olhar nos olhos. E não importa a cor que eles sejam. O que importa de verdade é como eles reagem ao serem olhados por outras pessoas, ao serem observados com mais atenção, ao serem correspondidos.

Talvez esse pedaço de pano, que estamos desfilando por aí, tenha surgido no nosso dia-a-dia para que aprendamos a olhar mais, a observar mais e consequentemente falar menos e ouvir mais. 

E como disse Vinícius de Moraes: 
"Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar"

Se deixe iluminar, se encontrar, encontrar...se permita olhar e ser olhado. Não adiantou tapar nosso sorriso. A humanidade está se reinventado e reaprendendo a todo instante. Se somos capazes de transmitir tanta coisa apenas pelo olhar, imagina só se a gente usar todo nossa capacidade?

Texto: Fabrício Santana

quarta-feira, 13 de maio de 2020

É Compartilhando que se Multiplica

Sabe quando o telefone toca e é alguém que você não falava já tinha um tempo? A sensação de ser lembrado por alguém é boa né? A gente acaba sentindo um afago na alma. Ser lembrado é uma forma de carinho que recebemos. E quem não gosta de carinho, não é mesmo?

A gente até se lembra dos familiares, amigos, colegas, mas vamos sempre deixando para depois o contato que poderia ser feito hoje. Deixamos sempre para depois do expediente, depois que o dia terminar, depois que amanhecer, depois que terminarmos as tarefas de casa, depois que fizermos as compras, depois que chegarmos de viagem, depois, depois, depois,....

Nossa autoconfiança é tamanha que jamais pensamos que algo inesperado pode acontecer e este contato não poderá ser mais feito. Pelo menos não neste plano, neste planeta. E aí bate aquele arrependimento danado. A gente se pega pensando por que não ligamos? Por que não nos encontramos naquele café? Os porquês tomam conta da nossa mente.

E se arrepender é algo que dói. Dói muito. E se arrepender de algo que poderia ter feito, mas por displicência deixou para depois, é algo que incomoda muito mais. Parece que carregamos uma "culpa" eterna de que sempre poderia ter feito e não fez.

Portanto, mesmo em um período diferente como este que estamos atravessando, é preciso ter determinação e foco para realmente fazer aquilo que temos vontade de fazer. Aquela velha frase que diz "pra que deixar pra amanhã o que você pode fazer hoje?" está mais atual do que nunca.

Lembre-se que distanciamento social não quer dizer que você não possa falar com ninguém, não possa ligar pra ninguém. A distância física é necessária em época de pandemia, mas a ligação afetiva não foi rompida. 

Portanto diga hoje para quem você quiser o quanto a pessoa é importante pra ti. Faça aquela ligação ou chamada de vídeo. Não guarde esse sentimento bom, que chamamos de amor, dentro de você. Não adie mais. Amor e afeto quando são compartilhados acabam se multiplicando. 

Ótimo dia pra ti!

Texto: Fabrício Santana

terça-feira, 5 de maio de 2020

Jogue Suas Pedras Fora

Nesta semana vamos falar sobre ciclos. Sim, ciclos que acontecem na vida da gente. Seja em âmbito pessoal, profissional, amoroso, tudo tem um começo, um meio e um fim.

Imagine a seguinte situação: você está caminhando por uma estrada de terra. Você leva uma mochila junto com você. Cada pedra que você encontra no meio da estrada você pega e coloca na mochila. Com o passar do tempo e a caminhada essa mochila vai ficando cada vez mais pesada e mais difícil de carregar. Além das pedras que você coloca na mochila, toda vez que você encontra uma pessoa ela te presenteia com alguma coisa. Você acaba aceitando para não fazer "desfeita". Quanto mais você caminha mais coisas você tem que carregar.

Em alguns momentos a estrada fica mais sinuosa, com barrancos, e para completar o cenário começa a chover e a ventar bem forte. Tudo que já parecia difícil fica ainda mais complicado. A enxurrada que escorre na estrada fica mais intensa e você começa a escorregar. Mas uma voz te lembra que você precisa seguir adiante e que não é necessário carregar tudo. Você deve levar contigo apenas o necessário.

Mas o que é necessário? Como se desfazer de todos os presentes? E se livrar das pedras pode fazer com que elas sejam um empecilho para alguém que venha atrás. Talvez você até precise delas mais adiante para construir uma ponte, ou até mesmo fazer marcação de um caminho.

Como saber o que levar e o que deixar para trás? Quase impossível adivinhar o que vem pela frente. Mas chegou o momento de decidir o que segue e o que fica. Afinal, seu corpo já não aguenta mais tanto peso em meio a um terreno tão difícil. Você chegou ao seu limite.

É com pesar, com uma certa "dor no coração" que você se desfaz de alguns pertences e segue com outros. A caminhada agora parece mais fácil, tudo ficou mais leve. Coincidentemente o tempo abriu, o céu ficou azul, a estrada secou, e mesmo com as curvas, seguir adiante ficou bem mais fácil.

Assim é a vida. A gente vai acumulando sentimentos dentro da gente e chega num ponto que temos que decidir o que seguirá conosco e o que deixaremos para trás, aquilo que não é mais necessário para nós.

A gente vai guardando um monte de rancores, raiva, fúria, ódio e mais um monte de coisas que não deveríamos carregar. Isso tudo aliado ao estresse, ao medo e angústia vira uma "bola de neve" que acaba por nos engolir. 

Por isso é preciso ir deixando para trás aquilo que nos faz mal, aquilo que é somente peso na nossa caminhada. Não digo que é fácil desapegar. Afinal, algo nos acompanhou por tanto tempo, parece fazer parte da gente (e faz mesmo). Mas quando arrancamos o mal pela raiz, jogamos nossas "pedras" fora, a mochila da vida fica mais leve, o caminho fica mais fácil e vamos aprendendo a selecionar apenas aquilo que nos faz bem.

É preciso que um ciclo se encerre para que outro comece. É preciso que uma mão se esvazie para que algo novo possa ser pegado por ela.

Portanto, pra que ficar remoendo ou convivendo com aquilo que lhe faz mal? Corte da sua vida tudo o que não te faz bem. Você verá como será libertador.

Texto: Fabrício Santana

terça-feira, 28 de abril de 2020

A Humanidade Precisa Reaprender a Ser Humana

Stay at home! Restez à la maison! Resta a casa!  Bleib zu Hause! Quedarse en casa! Fique em casa! Estas são as palavras mais repetidas nas últimas semanas ao redor do mundo. 

De repente tudo parou. Da noite para o dia escritórios ficaram fechados, aulas foram interrompidas em escolas e universidades, indústrias fecharam as portas, o comércio não abriu, as avenidas, antes congestionadas, ficaram praticamente desertas. As cidades ficaram num ritmo mais lento. Já não se ouve tanto barulho por aí. Já não se vê tanta gente perambulando por aí. Bares, restaurantes, teatros, cinemas, e tudo mais que foi construído para nos entreter, tudo está parado.

As pessoas tiveram que se acostumar a ficar em casa. O "ficar em casa" se tornou um mantra em todos os idiomas. Um inimigo invisível foi capaz de desafiar e frear toda uma humanidade que tinha a mais absoluta certeza que dominava este planeta, o qual chamamos de lar.

Muita gente morreu. Mais de duzentos mil se foram desta vida devido à Covid -19. Isso sem contar todos os outros milhares que também se foram por conta de outras doenças, acidentes e tudo mais que é capaz de nos tirar a vida.

O céu ficou mais azul, o mar ficou mais limpo. Há anos não se via os canais de Veneza, por exemplo, tão limpos. Há anos não se via a Times Square deserta. Há anos não se via a Avenida Paulista vazia, nem a praia de Copacabana sem ninguém. Fechamos também a Torre Eiffel, o Empire State, o Corcovado, o Louvre e mais uma centena de milhares de lugares. Apenas os serviços essenciais ficaram funcionando. 

Idosos morreram, jovens morreram, profissionais da saúde morreram, comunicadores morreram, donos(as) de casa morreram. De repente um pedaço da família foi arrancado da gente e nem tivemos tempo de nos despedir.

O inimigo invisível mostrou para a Humanidade tão "esperta" que nossos hospitais não estão preparados para atender todos, que nossa economia é mais frágil do que imaginávamos, que nosso sistema de ensino precisa ser revisto. Este mesmo inimigo nos mostrou que aqueles que investiram mais se sairão melhor. E quando digo investimento não falo apenas de dinheiro. Falo de conhecimento, estudo, educação (aquela que vem de casa e a que aprendemos na escola).

Uma espécie de terceira guerra chegou de forma inesperada. O inimigo é incapaz de ser visto a olho nu. É como se tivéssemos lutando com algum daqueles vilões das histórias em quadrinho. Um inimigo que nos fez entender que ainda precisamos aprender que um transporte público lotado não é eficiente, pois além de deixar o cidadão cansado de ficar horas de pé, ainda é um prato cheio para a proliferação deste e de outros inimigos invisíveis. 

O vírus da Covid-19 nos fez entender que nosso conhecimento precisa ser aprimorado, que nossa forma "moderna" de civilização vai levar o planeta à hecatombe se continuar sendo sugado ao extremo como tem sido feito ao longo de décadas.

Alguns se vão, mas a maioria de nós vai ficar por aqui. A maioria de nós vai sobreviver a tudo isso. Sairemos fortalecidos? Sairemos mais sábios? Ou após algum tempo vamos continuar com a venda da ignorância e continuaremos a levar nossas vidas como sempre levamos?

Nossos antepassados descobriram o fogo, aperfeiçoaram a agricultura, melhoraram a arquitetura, os transportes. E com tudo isso temos comida, casa e veículos cada vez mais eficazes e confortáveis. De um problema surge a solução. A energia elétrica só foi descoberta por alguém que não se conformava com a escuridão. A roda só foi inventada por alguém que queria se locomover mais rápido.

E com este novo coronavírus, o que vamos aprender? A resposta desta pergunta eu não sei. Só torço para que o aprendizado seja para vivermos de forma mais integrada com o meio ambiente, de uma forma menos destrutiva e com muito mais empatia pelo próximo. A Humanidade precisa reaprender a ser verdadeiramente Humana.

Texto: Fabrício Santana

terça-feira, 21 de abril de 2020

Durma em Paz

Tem muita gente que está inquieta, preocupada, sofrendo neste período de quarentena. Alguns estão preocupados em trabalhar para conseguirem o sustento diário da família. Outros querem voltar a estudar para não adiar alguns planos de vida. Tem também quem não aguenta mais ficar longe das pessoas que gosta. E ainda tem aqueles que já não sabem mais o que fazer dentro de casa.

Muitas piadinhas têm surgido na internet falando que os professores merecem ganhar mais por aguentarem tantas crianças juntas. Mas se as crianças são tão "impossíveis" assim, a "culpa" não seria de quem as educou (ou deveria ter educado)? Afinal, algumas coisas se aprende em casa e apenas são reafirmadas na escola. 

Quantas crianças estão sem conteúdo da escola mas aprenderam a conviver mais em família, a arrumar a própria cama, a dividir o espaço com os familiares e até ser mais paciente, já que nem tudo o que deseja pode ser feito ou adquirido agora.

Eu sei que os nervos estão à flor da pele, mas é preciso ter paciência em meio a todo este caos. Existe medo sim, mas não é necessário que haja ódio. Pra que brigar? Existe doença, mas a sua alma não precisa ficar doente. Mesmo em meio a todo este pânico, os pássaros continuam cantando, o céu ainda está azul (em alguns lugares até mais azul), o sol está brilhando, a lua cumpre seu ciclo, as árvores brotam, a chuva lava tudo, e os rios ainda continuam correndo para o mar. As pessoas estão reclusas mas o mundo continua acontecendo.

Muitos escolhem ver somente o lado mais sombrio de tudo, mas tem um ditado que diz que para haver escuridão e sombra, é preciso que a gente tenha conhecido primeiro a luz. E vamos combinar que um mundo iluminado é bem mais interessante, não é mesmo?

Por outro lado tem aqueles que escolhem ver o lado iluminado da vida. Tem um trecho do livro "O Poder de Ser Você" que diz que "Pessoas de sucesso correm atrás do que dá sentido à vida. Organizações de sucesso ajudam os colaboradores a encontrá-lo. Líderes de sucesso conseguem reunir talentos que não enxergam o trabalho como obrigação, mas sim como missão". Corra atrás do que dá sentido a sua vida, e não espere que ela faça isso por você. Algumas decisões somente você pode fazê-las.

Não importa quantos erros você cometa ou quão lento é seu progresso. Mesmo assim, você ainda estará à frente de muitos que não estão tentando. E quando não se move, não saímos do lugar.

Precisamos nos reinventar, isso é fato. O mundo, por mais que volte ao normal, não será como antes. As pessoas estão sendo forçadas a se reinventarem, se readequarem. E depois de tudo isso sairemos transformados (espero que para melhor). E depois desta transformação espero que você possa finalmente dormir em paz. E segundo o psicólogo Alessandro Vianna, "dormir em paz tem o simbolismo de estar bem consigo mesmo. Estar em dia com seus valores morais, sua filosofia de vida, suas crenças, enfim, sendo honesto com sua essência. Amando e respeitando o outro, porém, nunca esquecendo de si. Praticando o correto, independente da percepção do outro".

Tudo vai passar. E quando passar, espero que você durma em paz!

Texto: Fabrício Santana