segunda-feira, 11 de março de 2019

Ninguém Nunca Precisou de Resto Pra Ser Feliz

Quando um relacionamento chega ao fim os dois lados saem de alguma forma machucados. Quando essa relação que terminou envolve filhos, aí a situação fica um pouco mais delicada. Geralmente as brigas por pensões tomam conta dos tribunais e se proliferam país afora. E os argumentos utilizados são os mais bizarros possíveis.
Imagem: pixabay.com

Conversando com uma amiga minha, ela me relata sempre que tem problemas com pensão alimentícia. Que o pai da criança não paga em dia e vive entrando na justiça para pedir redução do valor. É uma briga "eterna" que entra ano sai ano, desgasta ainda mais a paciência de ambos.

Mas cá entre nós, o que leva um indivíduo a se recusar a pagar uma pensão (seja ele pai ou mãe - sim algumas mães são obrigadas a pagarem pensão quando a criança mora com o pai)? Muitos pais simplesmente ignoram a existência do filho. Não querem saber da criança. Aliás, só querem saber quando lhes convém para "mostrar" o filho ou filha para a sociedade. 

É como se diz por ai: depois que está criado, bonito e alimentado, aí vem querendo dar uma de pai (ou mãe). Isso sem contar que em alguns casos nem isso acontece. 

A criança passa uma parte da vida, de certa forma mendigando um pouco de atenção. E o resto que sobra, nem sempre lhe é oferecido. Os pequenos, às vezes até se questionam se o problema não é com eles, já que nenhum pouco de atenção lhes é oferecido.

O que fica é o trauma na criança que entende, desde cedo, que o pai (ou mãe) não quer saber dela. Em algumas situações até adotam o namorado da mãe como padrastos e passam a chamá-lo de pai. Uma reação natural, já que essa criança encontrou nesse adulto o que ela não encontrou no próprio pai: amor, carinho, compreensão, afeto.

Eu, que também sou filho de pais separados, estou vivo (e saudável) para provar que a gente sobrevive muito bem sem a presença desses seres. Que não precisamos de um apêndice chamado pai, para que possamos nos tornar adultos equilibrados, educados e inteligentes. No caso da filha da minha amiga, espero de coração que ela sempre encontre no namorado da mãe, o respeito que ela nunca teve do indivíduo que se diz pai dela. Na boa, ninguém nunca precisou de restos pra ser feliz.  Quem vive de passado é museu. A vida segue pra frente, e é pra lá que devemos mirar.

Texto: Fabrício Santana



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